Observações de campo em diversas lavouras de cafeeiros arábica, na região do cerrado, em Minas Gerais, mostra intenso ataque de cochonilha das rosetas nesses dois últimos anos.
As cochonilhas mais problemáticas, que atacam a parte aérea de cafeeiros, atingindo as rosetas de frutos, são a Planococus citri e Planococus minor. Mais recentemente, foi identificado também o ataque de Pseudococus – além das rosetas, essa cochonilha ataca a ramagem nova.
As cochonilhas das rosetas de cafeeiros tem sido a praga mais grave na cafeicultura de robusta/conilon, onde tem causado muitos prejuízos. Em cafeeiros da espécie arábica, já foram verificados ataques no ado, porém em pequena escala, em plantas isoladas ou em focos.
As cochonilhas das rosetas se desenvolvem inicialmente nas raízes do cafeeiro e sobem para a parte aérea das plantas. Ali os insetos começam, junto às rosetas dos ramos laterais, a atacar já na fase de botões, depois nos frutinhos e continuam o ataque em frutos até sua maturação e colheita.
Os sintomas aparecem na forma de uma massa branca, junto aos pedúnculos e entre os frutos, o que mostra o conjunto dos insetos, de cor branca, dentro das rosetas. Logo aparece a cor preta, sobre os frutos e também folhas, pela formação da fumagina, como resultado do desenvolvimento do fungo Capnodium, que coloniza as fezes da cochonilha.
Nos ataques, quando os frutos estão ainda novos, ocorre o chochamento e morte desses frutos e a roseta fica banguela, com grandes prejuízos na produtividade dos cafeeiros.
O ataque das cochonilhas normalmente está ligado a desequilíbrios, seja pelo clima, mais quente e seco, ou por uso de defensivos, que desequilibram os inimigos naturais da praga.
O ataque agora observado em cafeeiros arábicas, em maior escala, na região do cerrado mineiro, foi constatado em lavouras de municípios como Presidente Olegário e Três Pontas. Em lavouras no município de Presidente Olegário, em chapadas a 1.000 m de altitude, foi verificado ataque generalizado em cafeeiros da cultivar catuaí, sendo todas lavouras com irrigação, por pivô lepa ou por gotejo. O controle eficiente tem sido difícil.
O controle das cochonilhas pode ser feito de forma preventiva, com produtos à base de Neonecotinóides via solo, em drench, antes das cochonilhas subirem das raízes. Depois, quando o ataque já estiver instalado na parte aérea, o controle é realizado por produtos inseticidas aplicados em pulverizações, via foliar. Estes, para terem bom efeito, devem ser aplicados em alto volume, uns 800 litros por ha, para haver boa penetração da calda dentro da planta, junto às rosetas de frutos. O uso de um adjuvante siliconado também melhora a eficiência. O produto inseticida mais tradicional utilizado, com testagem eficiente, tem sido o Clorpirifós. Deve-se usar a maior dose de registro e, frequentemente, é necessário repetir a aplicação 20-30 dias após. Outros produtos novos, citados por empresas como adequados, são o Sivanto, o Sperto e o Polytrin. Também existem indicação de produtos biológicos à base de Beauveria bassiana. Podem ser testados, porém em pequena escala, um biológico à base de Isaria fumosorosea e um produto à base de Piriproxifen, os quais são usados para controle de cochonilhas em citros.
Aspecto geral do forte ataque da cochonilha das rosetas em cafeeiros arábicas, no cerrado mineiro. Presidente Olegário (MG), dez/24. Pode-se observar já muitos frutinhos menores chochos e secos pelo ataque
Pode-se observar a massa branca nas rosetas de frutos em cafeeiros arábicas, em Presidente Olegário (MG), em dez/24, e folhas escuras tomadas, em parte, pela fumagina