O alvorecer das cápsulas brasileiras
Em agosto de 2012 o Bureau de Inteligência do Café lançou relatório sobre a indústria de café em cápsulas e as perspectivas da nova tendência para o Brasil. O documento oferecia informações relevantes para o setor de torrefação e defendia o desenvolvimento de uma indústria nacional de máquinas e cápsulas. O presente artigo aborda este desenvolvimento. Por Luiz Gonzaga C. Jr. e Eduardo Cesar Silva
Publicado em: - 2 minutos de leitura
Como coautores do relatório, nossa preocupação era que o Brasil perdesse uma grande oportunidade. Felizmente, alguns empresários da iniciativa privada, atentos às mudanças do mercado, deram início a uma pequena revolução tecnológica na indústria nacional de café. São empreendedores que estão criando uma indústria brasileira de cápsulas.
Ainda em 2012 a Lucca Cafés Especiais, de Santa Catarina, lançou cápsulas compatíveis com o sistema Nespresso. As cápsulas vazias eram importadas da França e preenchidas com café de forma manual. Mas isso está prestes a mudar, a empresa já investiu na produção automatizada do produto. Com preços inferiores aos da concorrente suíça, a Lucca Cafés oferece novas opções para os donos de máquinas Nespresso. Embora a questão das patentes possa ser um eventual problema, na Europa os tribunais têm decidido a favor dos fabricantes de cápsulas alternativas.
Outra aposta é a do empresário Vinícius Ferrero, CEO da CaféFácil. Ele está construindo uma fábrica de cápsulas no município de Altinópolis, interior de São Paulo, na divisa com Minas Gerais, e pretende produzir cápsulas compatíveis com a tecnologia italiana “Lavazza Blue”, cujas patentes expiraram. Além disso, ele pretende comercializar as máquinas que preparam a bebida. Vinícius acredita que a união dos diversos elos da cadeia produtiva do café pode tornar o Brasil competitivo nesse segmento. A fábrica deve ser inaugurada ainda em 2013 e produzirá cápsulas sob encomenda para outras empresas interessadas. Ainda segundo o empresário, devido ao fim da patente e a simplicidade da tecnologia, o uso do modelo Lavazza BLUE está crescendo em diversos países.
Outra empresa nacional que decidiu investir nas cápsulas é a tradicional torrefadora Utam, com sede em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Em parceria com uma empresa portuguesa, lançou a linha Utam Uno, de cápsulas compatíveis com Nespresso. Nos planos da organização também está o lançamento de uma linha de máquinas.
Os três casos citados marcam o início de uma nova fase para a indústria brasileira de café. A tendência do “single cup coffee” é forte no mundo todo e irreversível. As empresas nacionais precisam se posicionar para participar deste novo mercado. Os lucros obtidos com a venda de cápsulas podem financiar o crescimento dos torrefadores nacionais e até estimular a exportação.
O principal mercado para o café torrado e moído nacional são os EUA, país onde o consumo de cápsulas cresce vertiginosamente. Lá a empresa líder é a Green Mountain Coffee Roasters, que possui dois sistemas próprios, Keurig e Vue. A Green Mountain trabalha com a opção de licenciar sua tecnologia para os torrefadores interessados em vender cápsulas compatíveis com suas máquinas. As empresas brasileiras, com apoio do governo, poderiam se unir para produzir cápsulas destinadas ao mercado norte americano. Devido ao grande valor agregado, a exportação do produto será muito positiva para a balança comercial do café industrializado nacional.
Mudanças no mercado exigem inovação e empreendedorismo. O mercado de café industrializado está em transformação e o Brasil deve explorar as novas oportunidades. Dessa forma, é desejável que a indústria brasileira coloque as cápsulas como uma de suas prioridades, com programas que possam estimular o desenvolvimento desse segmento.
Os autores agradecem a colaboração do sr. Vinícius Ferrero.
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Material escrito por:
Luiz Gonzaga de Castro Junior
Doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP e professor associado da Universidade Federal de Lavras. Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados (CIM).
ar todos os materiaisEduardo Cesar Silva
Coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café. Doutorando em istração pela Universidade Federal de Lavras e mestre em istração pela mesma instituição. É tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas - Campus Muzambinho.
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LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO
EM 14/05/2013
Os sachês da Fazenda Caeté são realmente inovadores e merecem atenção.
Entraremos em contato com o sr.
Abraços.
LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO
EM 14/05/2013
As cápsulas possuem suas vantagens, como praticidade e qualidade consistente. Para a indústria, são produtos de alto valor agregado que podem gerar bons lucros.
O Brasil não pode ficar de fora dessa tendência.
Abraços.
LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO
EM 14/05/2013
Informações muito interessantes. O segmento horeca realmente é muito promissor, sendo um nicho valioso para a indústria do café. A Nestlé, como sempre, mostra que está bem posicionada e atenta as oportunidades.
Grato pela colaboração.
Abraços.

CAMPO BELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 13/05/2013
Venho mais uma vez entrar em contato com a Inteligencia do Café para falar do produto nacional, feito por empreendedores nacionais, que segue esta tendencia. Este produto é o Café Individual do Café Fazenda Caete que vem ganhando espaço no Brasil.
Seria importante o estudo de vcs como apoio a esta iniciativa brasileira.
Atenciosamente
Marco Antonio

VIAMÃO - RIO GRANDE DO SUL
EM 13/05/2013
boa ideia vamos p/ frente

SINOP - MATO GROSSO - INDÚSTRIA DE CAFÉ
EM 10/05/2013
Eduardo.
Só a nível de enriquecer o assunto.
A Nespresso possui um sache diferente para os clientes do segmento horeca ( hoteis restaurantes e cafeterias ).
Parecido com o sistema Easy de sache.
Quem esteve no Espaço Café, e observou atentamente as maquinas de demostrações maiores deles, percebeu que eles também estão de olho em outros setores consumidores de café que não o domestico.
Abraços
Zezinho
Café Solo