"Já estávamos metendo os pés pelas mãos." É assim que Marco Suplicy, fundador da Suplicy Cafés Especiais, começa a explicar por que trouxe um sócio para sua empresa, fundada há nove anos. No fim de julho, o fundo de investimentos TreeCorp adquiriu 45% do capital da cafeteria e deu início a um processo de profissionalização que pretende transformar o grupo de 9 lojas em uma rede gourmet com alcance nacional.
Como tantos outros pequenos e médios empresários, Suplicy se viu sobrecarregado com a complexidade que seu negócio tomava ao o em que novas lojas eram abertas. "A empresa gerava muito trabalho para pouca gestão", diz. Um exemplo são as escalas de funcionários. As cafeterias abrem diariamente, mas a legislação obriga que os empregados folguem pelo menos um domingo por mês. O problema é que a organização de folgas de quase cinquenta pessoas tornou-se uma tarefa inglória que, muitas vezes, fugia do controle do escritório central.
Nos últimos três meses, a Suplicy Cafés tem ado por um conjunto de mudanças - a começar pela designação de um funcionário responsável pelas escalas, o que impede o troca-troca de folgas.
Outra medida adotada foi o controle financeiro mais rígido. Desde então, as retiradas de dinheiro do caixa não são mais permitidas. Antes, até o pagamento de bebidas como água e refrigerante era realizado com dinheiro do caixa. "Se queimava uma lâmpada, era a ele que recorríamos", diz Suplicy. Além disso, a TreeCorp indicou uma diretora financeira com experiência em varejo para colocar ordem nas contas da empresa. Até a entrada do fundo, esse cargo sequer existia na rede.
Rigor
A compra de insumos, antes feita de forma separada pelas lojas, foi unificada. Nesse momento, dois softwares de gestão - um dedicado ao controle de estoque e outro à organização das vendas - estão em fase de implantação. Os produtos usados no dia a dia da operação também têm ado pelo escrutínio dos gestores.
A equipe tem medido as quantidades exatas de leite usado nas bebidas, por exemplo. Assim será possível comparar as perdas de produto entre as lojas e estabelecer métodos mais eficientes.
Ao mesmo tempo, uma força de vendas está sendo montada para vender café gourmet a restaurantes e empresas em geral. A Suplicy Cafés Especiais já atende esses mercados, mas vinha avançando pouco na atividade. "Éramos tiradores de pedidos, não tínhamos vendedores promovendo nosso produto", diz Suplicy. Em outra frente, a cafeteria estuda uma estratégia para ampliar as encomendas on-line.
Expansão
Ao fim desse processo, a intenção do TreeCorp é melhorar os números da empresa - cujo resultado é marginalmente positivo - e ampliar sua expansão via franquias. Em cinco anos, os investidores esperam que a rede atinja 100 lojas. "Em um segmento formado por produtos que são praticamente commodities, o Suplicy construiu uma marca ", diz Daniel McQuoid, sócio do fundo TreeCorp. "Percebemos que o crescimento aria pela capitalização e pela gestão mais profissional."
A profissionalização do Suplicy Cafés Especiais é apenas um dos casos recentes no setor. Em julho, o fundo espanhol Mercapital comprou 70% de participação nos restaurantes Rubaiyat e começou uma discreta mudança na gestão do grupo, estruturando as áreas de marketing, recursos humanos e tecnologia. "Nesse setor, de margens apertadas, a profissionalização é questão de sobrevivência", diz o especialista em franquias Marcelo Cherto.
As informações são de O Estado de S.Paulo, adaptadas pela Equipe CaféPoint.
Com a ajuda de sócio, Suplicy Cafés quer virar rede
Após vender 45% de participação ao fundo TreeCorp, empresa se profissionaliza para ter alcance nacional. Nos últimos três meses, a Suplicy Cafés tem ado por um conjunto de mudanças. Confira
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